terça-feira, 9 de agosto de 2011

É possível guardar a alma?

Desde que assumi o meu primeiro cargo público, em 1986, como presidente da ASPAC – Associação dos Professores do Acre, em Tarauacá, que venho me esforçando para manter a minha alma em paz e as minhas mãos limpas. Meu esforço e a minha vigilância têm sido na direção de nunca utilizar meios ou recursos ilícitos.

Nesses 25 anos eu respondi a muitos processos na justiça, todos por minha irreverência contra o poder e contra os poderosos e 2 me acusaram de desvio de conduta. Passo aqui a explicar os dois.

O primeiro foi uma ação do então prefeito Vando Torquato contra mim, no mês seguinte à sua vitória contra o meu candidato a prefeito, Chagas Batista, do PCdoB. O processo me acusa de ter desviado dinheiro da prefeitura de Tarauacá, pasmem, através do pagamento de diaristas.

Funcionou a velha fórmula de caça às bruxas e nasceu um processo, onde eu estou tendo dificuldade de me defender porque sumiu toda a documentação comprobatória dos pagamentos. Estamos pedindo uma perícia e solicitando o apoio do TCE, aonde se comprova que as contas daquele período foram aprovadas.

Acredite, estou tendo dificuldade para provar que não desviei recursos de humildes diaristas. Os valores são pequenos, coisa de ladrão de galinha, como se eu, se quisesse, não tivesse capacidade para desviar recursos públicos de forma mais secreta, tipo, fazer acordo com empreiteiros.

Mesmo com toda essa situação, eu nunca entrei com nenhum processo contra Vando Torquato ou usei o poder da tribuna de deputado estadual e líder do Governo para atacar o então prefeito. Não escrevi artigos ou textos em blogs contra ele, pois sempre achei que esse papel cabia aos líderes locais.

Nesses anos todos de contato com grandes empresários, eu poderia ter acumulado grandes patrimônios, ter feito grandes esquemas. Eu poderia estar rico, bastava aceitar as ofertas que recebo de pessoas que não me conhecem por dentro.

Tarauacá é uma cidade pequena, o Acre é um estado pequeno, os parasitas são conhecidos por todos, os ladrões do dinheiro público não conseguem esconder o rabo, aqueles que cobram propinas são conhecidos e famosos de suas malandragens.

O segundo foi uma ação de sete agentes penitenciários, que me acusam de ter organizado um esquema de corrupção eleitoral dentro da Penitenciária de Tarauacá. O processo passou pelo MP de Tarauacá e foi identificado que era uma ação organizada por um dirigente do PSDB, derrotado nas urnas.

Após toda a apuração, não foi comprovada nenhuma das denúncias e o processo está em fase de extinção. A denúncia é tão frágil que eu sequer precisei me defender, ficando por conta dos dirigentes locais do presídio.

Os demais processos são todos vinculados à minha luta em defesa dos excluídos, disputas com prefeitos, deputados da época, juízes e comandantes da PM, fazendeiros daquele tempo de chumbo. Todos arquivados ou em fase de extinção.

E, assim, eu vou lutando para seguir limpo. Aqueles que roubam, acham que eu também posso roubar como eles. Aqueles que enriqueceram com propinas, acham que eu também me submeto a essas indecências.

Eu fui inventar de sair das sombras e está aí o que ganhei: ataques de quem acha que toda alma se submete à pornografia da ladroagem dos recursos públicos, da utilização de meios sórdidos para conquistar um lugar ao sol, de enlamear-se como porco com o alheio.

Eu estou limpo, a minha consciência está em paz e meu pai e minha mãe, que já faleceram, os meus irmãos, a minha mulher e as minhas filhas, nunca sentirão vergonha dos meus atos, porque eu guardei a honra e a decência como patrimônio inegociável.

E, mesmo que não seja a minha vontade, estou processando todos aqueles que me atacam, utilizando esses processos, por calúnia e difamação. Eu não queria, mas é a única forma que tenho de provar a minha inocência.

Porque todos eles terão que provar aquilo que afirmam. Hoje, infelizmente (porque essa nunca foi a minha marca), entrei com oito ações por calúnia e difamação e, em seguida, entrarei com ações de reparação por danos morais.

Mesmo sofrendo os ataques atuais, não vou publicar os nomes daqueles que estão sendo processados por mim. Eles próprios saberão, porque serão chamados a depor e provar as suas denúncias. Eu não vou politizar a minha defesa.

Que a justiça se faça!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não permitiremos comentários agressivos que desrrespeitem a vida pessoal das pessoas.