quarta-feira, 29 de abril de 2009

Perpétua Almeida abre o jogo sobre o escândalo das passagens




Caiu como uma bomba a veiculação nos jornais do Acre de notícia dando conta de que três dos oito deputados federais do Acre, favoreceram terceiros com a concessão de passagens aéreas para o exterior. O escândalo das passagens, como vem sendo chamado, citou 261 dos 513 deputados federais em uma lista do Congresso em Foco. Os registros obtidos junto as companhias aéreas revelam que a câmara dos deputados pagou 315 passagens para os Estados Unidos, 172 para Paris e 148 para Buenos Aires, no período de 2007/ 2008.Citada (na lista) por ter concedido uma passagem para Buenos Aires a um dirigente Nacional da Corrente Sindical Classista, a deputada Perpétua Almeida do PCdoB, mais votada em duas eleições seguidas para Deputada Federal no Acre, falou sobre o assunto com exclusividade para A Gazeta.


Deputada, a senhora que sempre afirmou pautar sua vida pública pela correção e não dar motivo de vergonha para o povo do Acre, como explica o fato de seu nome ter aparecido na lista por ter cedido uma passagem ao exterior?
Perpétua- Eu pauto e vou continuar pautando minha vida pública pela honestidade e, repito: não dou motivo para o povo do Acre, sejam meus eleitores ou não, se envergonharem. A seriedade com que trato o mandato que o povo me deu prova isso.
Mas, deputada, seu nome aparece na lista como doadora de uma passagem ao Dirigente Sindical João Batista Lemos para Buenos Aires. Passagem paga pela câmara dos deputados. Quem é João Batista?
Perpétua- Bem, companheira Silvânia, essa passagem podia ter aparecido no meu nome. E, se eu tivessem em Missão Oficial, desde que não em turismo, não vejo nenhum problema nisso. Mas, também considero necessário esclarecer as coisas. Nós do PcdoB sempre tivemos bem claro que o mandato é do partido e não nosso. Isso que o STF reconheceu agora (que o mandato é do Partido), já é prática do PCdoB desde que os mandatos existem. E, minha companheira, é com o partido mesmo que discutimos as nossas ações políticas e recebemos as orientações para os mandatos. João Batista (que aparece na lista como beneficiário da nossa cota de passagens ao exterior), é dirigente nacional do PCdoB e dirigente nacional da Corrente Sindical Classista. O João acompanha a bancada comunista na Câmara Federal, juntamente com Vagner Gomes, quando o assunto é Movimento Sindical. Ele foi a Buenos Aires representar a nossa bancada em um Congresso Internacional de Sindicatos Classistas do Cone Sul. Não cometemos nenhuma ilegalidade. Nossa bancada costuma enviar representantes em encontros no Brasil ou fora do Brasil.
A senhora defende então que a cota de passagem seja mantida?
Perpétua- Sim, Silvânia! A cota de passagens, como a Verba Indenizatória são necessárias ao exercício do mandato parlamentar. Mas, quero retomar completando a resposta anterior. Como eu dizia, não cometemos nenhuma ilegalidade. Nem com a passagem do João batista para Buenos Aires, nem com outras emitidas para dentro do Brasil. Defendemos essa viagem (a do João Batista), com a mesma convicção com que defendemos tantas outras. -Quer alguns exemplos mais recentes? –SIM, respondo. – Há duas semanas levei, junto com o Deputado Nilson Mourão, dois representantes dos demitidos da Eletroacre para uma reunião com representantes da Eletrobrás em Brasília. Foi graças a isso que conseguimos reverter a demissão de 50 trabalhadores, pais de famílias. Temos levado a Brasília, em reunião nas Comissões da Câmara e na Funasa representantes dos contaminados por DDT, tanto do Acre como de outros estados da Amazônia. Isso porque tenho consciência da necessidade que é aprovar uma lei que garanta uma indenização a esses trabalhadores que vinham morrendo silenciosamente. Hoje, infelizmente ainda continuam morrendo, mas o Congresso Nacional já acompanha a nossa briga. Aqui no Acre o povo o vem acompanhando essa luta e sabe que não podemos virar as costas para pessoas que tanto salvaram vidas na Amazônia. Aliás, companheira Silvânia, abrindo um parênteses aqui, quero agradecer, principalmente, o Jornal A Gazeta e a TV Gazeta por terem se dedicado a esta causa, a causa dos contaminados. A matéria do Sílvio, que distribui no plenário da Câmara e as reportagens da Angélica que reprisei nas Comissões da Amazônia e Direitos Humanos, causaram comoção a todos. Voltando a história das passagens, temos sempre ajudado a chegar em Brasília os representantes dos mototaxistas para acelerarmos a aprovação da lei que regulamenta a profissão deles; como ajudamos ainda a levar à Brasília os representantes dos chamados contratos irregulares, a PEC 54, pois queremos ver legalizados os mais de 10 mil servidores públicos do Acre. Olhe, companheira, talvez você não tenha noção, mas tenho ajudado tantos outros, com encaminhamentos para tratamento de saúde em Goiânia, São Paulo ou Brasília. Que bom que foi possível salvar a vida de muitos deles! Foram dezenas e dezenas de passagens usadas dessa forma que contribuíram para fazermos um mandato sério, justo, buscando sempre atender às necessidades da população.
Mas, esse não é o papel do Estado, dar assistência de saúde? Dizer que deu passagens para tratamento em outros estados não significa assumir a usurpação de papéis?
Perpétua- (risos) –Ah, amiga, isso funciona na teoria. Na prática, a situação é outra. Quem vai lembrar de quem é a responsabilidade frente a uma pessoa correndo o risco de morrer? Você iria? Se você se deparasse com uma pessoa que por algum motivo não conseguisse tratamento aqui no Estado e você tivesse condições de salvar aquela vida, deixaria de salvá-la simplesmente porque é obrigação do Estado, do TFD, que tem uma fila interminável? Essa não é uma questão de discutir competências. É uma questão de humanidade, de solidariedade. Agora mesmo estou hospedando no meu apartamento em Brasília uma companheira de um seringal do interior de Tarauacá. Essa brava companheira, de tantas lutas, tem problemas cardíacos sérios. Você acha que o mais correto seria deixá-la morrer no interior da floresta simplesmente porque saúde é obrigação do Estado ou porque deputado não deveria dar esse tipo de passagem? Vai ser um problema isso, aguarde pra ver...
Certo, voltando então a pergunta anterior: a senhora defende mesmo a manutenção dessa cota de passagens que está sendo condenada por ter servido a muitos para turismo no exterior?
Perpétua- Bem, primeiro, a Câmara precisa ter um mecanismo de controle para fiscalizar melhor o uso dessas verbas. Não pode só tomar providencias quando a imprensa faz uma denúncia. E a escolha que a mesa tem feito, convenhamos, é como jogar fora a água suja da banheira com a criança dentro. Defendo a cota de passagens e a Verba Indenizatória, sim, como todos os parlamentares sérios defendem, porque sabemos da necessidade que temos delas para o exercício dos mandatos. Entendemos que a Verba Indenizatória e a Cota de Passagens não são uma complementação salarial. Elas devem estar a serviço do bom desempenho do mandato. A extinção só vai favorecer a turma que tem dinheiro para bancar mandatos. Não é segredo para ninguém os comentários de que lá no Congresso Nacional está cheio das "bancadas", a "bancada da bala" por exemplo, diz-se, é formada por deputados ligados aos fabricantes de armas; a bancada ruralista, que nem sempre defende uma política de desenvolvimento para o setor, na verdade, tem se prestado muito mais a defender os interesses dos grandes latifundiários contra os pequenos produtores. Comenta-se, ainda, que lá tem os que fazem o jogo das grandes empreiteiras, como é o caso do recente escândalo envolvendo a Camargo Correia. Esses aí, nem precisam de seus salários ou cotas de passagens, são bancados por grandes corporações . Com a extinção da cota e verba indenizatória esses deputados, que atendem aos interesses do capital, de banqueiros e coisas assim, vão continuar viajando, pagando viagens, bancando mobilizações para aprovar seus projetos, na maioria das vezes escusos, enquanto os outros não terão meios de se contrapor. Quem vai perder com isso é o povo brasileiro, porque somente os deputados endinheirados, grandes empresários, os grandes empreiteiros ou amigos deles vão estar nas casas legislativas e representando exatamente os interesses deles e não do povo. Parlamentares com mandatos populares como eu, forjada no movimento sindical, que vivo do meu salário, preferimos as estruturas oficiais a ter que recorrer as "Camargos Correias" da vida para bancar nossos mandatos.
Os deputados já não ganham bem demais? O trabalhador brasileiro, não tem cota de passagem, auxílio paletó, auxílio telefone, postal, moradia. A maioria dos trabalhadores sobrevive com salário mínimo, Nesse contexto não é imoral tantas vantagens para deputados e senadores?
Perpétua- Silvânia, lembrei agora de uma resposta do Edvaldo, quando questionado por um jornalista se não estava muito caro realizar as sessões da Assembléia Aberta. O Edvaldo respondeu: a democracia custa muito caro. E é isso mesmo, a democracia sai caro, mas é necessária. Eu, particularmente, vivo do meu salário. A verba indenizatória e outras que você chama de vantagens são exclusivamente destinadas ao exercício do mandato e assim deve ser. Todo mundo no Acre sabe que eu passo as semanas em Brasília e os finais de semana no Acre. Tanto na capital Rio Branco, como no interior. Eu rodo esse interior todinho, o ano inteiro, e, isso tem um custo muito elevado. Se não fosse essa a verba indenizatória e a cota de passagens eu não poderia fazer isso. Também não recebo auxílio moradia. Moro com meus filhos em Brasília num apartamento funcional, da câmara. Espaçoso, mas simples. Quanto aos trabalhadores, que não precisam estar viajando como nós, reconheço que ganham pouco ( embora tem sido o governo do presidente Lula que tem pagado o maior salário mínimo do país), mas nossa luta é exatamente para que o país atinja uma condição de justiça social. Lutamos para que as pessoas tenham condições de vida digna, com empregos e bons salários, saúde, educação, moradia e lazer. Agora, se você me perguntar qual a minha opinião sobre os deputados e senadores que utilizam indevidamente a cota de passagens, para fazer turismo no exterior ou permitir que outros façam, ou que usam a verba indenizatória para fazer farra, ou se apropriarem dela como um dinheiro para uso pessoal, respondo que defendo uma investigação séria e punição a isso. Mas, que se separe o joio do trigo, porque não é justo jogar todos na vala comum. A bancada do PCdoB no Congresso foi a única que tirou nota defendendo a cota de passagem e a verba indenizatória. Quem errou que pague ou, se foi mal interpretado, que venha a público e se explique.
A senhora explicou suas razões, entretanto existe um clamor público...
Perpétua-Não creio que exista um clamor público. O que existem são interesses que estão forjando falsa reação da sociedade. O que há por trás disso é uma tentativa de desviar o foco das atenções. Olha só, exatamente quando estamos no meio de uma crise que atingiu o mundo todo e o Brasil e, por isso mesmo há tanto a se fazer, o foco das atenções foi deslocado para a questão das verbas indenizatórias e cotas de passagens no Congresso Nacional. Ninguém da grande mídia está aí questionando a quebradeira do sistema financeiro internacional que tem trazido trilhões de prejuízos ao planeta. Como disse o Lula, os brancos de olhos azuis, e (risos), acredito, ele usou essa metáfora para se referir ao primeiro mundo, quebraram seus bancos suas empresas especulativas e mandam a conta agora para nós pagarmos. Aliás, a grande mídia, nem tem interesse de mostrar que o Brasil sofre em grau menor devido termos aqui bancos públicos fortalecidos e sobre a tutela do Estado. O que pergunto, então, é: a quem beneficia o silêncio e a omissão do congresso? A quem interessa um Congresso agachado? Ao povo é que não é. É preciso estarmos atentos a casca de banana que estão nos jogando. Cair nessa esparrela, é deixar o Congresso nacional entregue aos poderosos no pleito vindouro. A gente embarca, as vezes em uma canoa furada, e, depois de naufragar, companheira, bota umas décadas aí para se reerguer como nação. Já disse: vamos punir quem errou e tocar o barco pra frente.
Por quê a senhora só se pronunciou sobre este assunto agora? Estava esperando as orientações do seu partido? (risos)
Perpétua- Não, Silvânia, apesar de sempre ter a orientação do meu partido como referencia. Olha, companheira, eu já dei entrevista sobre esse assunto ao repórter Mariano Maciel da TV Gazeta, que corretamente me procurou antes de fazer a matéria. Mas, além dele e de você, nenhum outro jornalista me procurou. Eu não tenho nenhum problema em falar deste ou de qualquer outro assunto, ou em responder qualquer questionamento. Outro dia (risos), numa reunião de avaliação do mandato, com umas 80 pessoas, ouvi de uma companheira , que na minha assessoria não tinha blindagem para chegar até a mim. Achei isso legal, não tinha visto por essa ótica. Mas é que sou assim mesmo. Ninguém tem dificuldade de chegar até a mim. As pessoas tratam seus problemas comigo até nas filas de supermercados. Encaro isso com naturalidade. (risos). Adooooro fazer a feira, lá reencontro várias amigas e ponho o papo em dia. Agora, voltando ao assunto, os jornais ou sites que abordaram aqui no Acre a história da lista, se tivessem me procurado, seriam recebidos com o mesmo respeito e facilidade com que você foi. Aliás, todos os jornalistas sabem o número do meu celular, dos meus assessores, dos gabinetes e, até do meu marido, que é uma pessoa pública. Companheira, tanto o gabinete em Brasília, como o escritório no Acre não fecham nem no horário de almoço, nem mesmo no recesso parlamentar. Sempre estive e estarei bem acessível, disponível para tratar de qualquer assunto, por mais espinhoso que para alguns pareça ser.
Deputada, pra onde está embarcando agora? (essa entrevista foi concedida no aeroporto de Rio Branco, na manha de sábado)
-Olha companheira Silvânia, obrigada aqui por nosso papo, estou embarcando agora, novamente, para Feijó. Já estive lá na semana passada, tratando de casas populares e da formação de uma turma de enfermagem( aquela região, Feijó, Tarauacá e Jordão não tem enfermeiros formados). Mas hoje volto lá para tratar de um assunto delicado, com pelo menos 500 trabalhadores rurais, que é a proibição deles brocarem e queimarem seus roçados. Sobre isso, dá uma olhadinha no artigo que mandei pra Gazeta publicar no Domingo. Pode ser a nossa próxima pauta (risos).


Fonte: Blog da Perpétua

BATISTA ESCREVE SOBRE CHICO CRENTE


NA SEMANA QUE COMPLETA 3 ANOS DA MORTE DO VELHO AMIGO E COMBATENTE CHICO CRENTE, REPRODUZO UM ARTIGO QUE ESCREVI NO DIA QUE TOMEI CONHECIMENTO QUE SEU CORAÇÃO ACABARA DE PARARCHICO CRENTE, UM GRANDE CAMARADA!
24 de Abril, dia do aniversário de Tarauacá, era meio dia, o telefone toca, em seguida vem logo a noticia: “Batista aqui é a Célia, o papai terminou de morrer”.
Não foi qualquer notícia, fiquei sem resposta. Morre aos 84 anos, um grande companheiro, liderança sindical e militante leal do Partido Comunista do Brasil. Conheci o Chico Crente em 1989, em uma reunião do sindicato, no seringal Sumaré.
No meio dos trabalhadores, identifiquei um velho com uma fisionomia diferente, uma expressão forte, mais ou menos parecida com um índio Apache.Uma voz mansa e de sábio, como se soubesse todas as nossas intenções, começou a falar tudo que eu queria ouvir.
Organizar o sindicato, abolir o pagamento da renda, fortalecer a voz dos trabalhadores rurais para lutar por transporte, saúde, educação e dignidade. Saí daquela reunião, certo de que tinha encontrado uma liderança e um amigo para lutar por um Tarauacá mais justo.
Foi exatamente isso que aconteceu. Chico foi um lutador fiel até o último dia da sua vida. Francisco Máximo Moura, o Chico Crente, era brincalhão, observador e leal.
Cumpria rigorosamente todas as tarefas que eram lhes designadas.
Nos momentos mais difíceis, nas minhas andanças pelo Rio Tarauacá, foi meu principal companheiro. Sem ele, a viagem ficava sem graça e os sonhos sem ousadia. São muitas as suas histórias, impossível de recordar todas nesse momento de tantas saudades.
Chico nunca faltava uma reunião, no dia certo ele chegava, remando ou varejando, chovendo ou fazendo sol.Nas campanhas eleitorais do partido, ele era o mais entusiasmado, passava dias viajando Rio acima, como um viajante da esperança, um militante Máximo.
Um dia, a pedido do partido, Chico Crente aceitou se candidatar a vereador pelo município do Jordão. No dia da eleição, avaliando que suas chances não eram muito reais, decidiu votar em outro candidato a vereador do partido, a maior surpresa foi quando terminou a apuração, Chico perdeu por um voto! Se tivesse votado nele mesmo seria vereador.

O PCdoB participava de uma coligação com outros partidos e ele achava que o partido não podia terminar aquela eleição sem pelo menos um vereador eleito.

Chico enxergava longe, via que os interesses do partido e do povo eram bem maiores que os seus.Certo dia, em uma manifestação dos trabalhadores rurais, reivindicando melhorias para a zona rural, eu, junto com outros companheiros, fomos presos pela polícia, a cidade foi sitiada e ninguém podia passar na rua da delegacia.

Chico Crente, com sua paciência peculiar, tentou romper o bloqueio, o soldado perguntou a ele: “O senhor quer ir pra casa ou quer ir preso”?

Ele, com firmeza e a mesma paciência, respondeu: “Vocês já levaram meus companheiros, podem me levar também”.

Chico Crente era assim, leal, camarada, um exemplo de militante, que deixa muita saudade para todos nós.

Vai em paz, meu IRMÃO. Nós vamos continuar aqui, com teus amigos, lembrando e espalhando o teu exemplo e a tua lealdade.



Blog Raízes e Tronqueiras

quinta-feira, 23 de abril de 2009

TARAUACÁ


Moisés Diniz *

Uma cidade onde o preconceito foi para o espaço e os velhos truculentos ganharam aposentadoria, seja na cama ou no cemitério. Tarauacá impressiona quem chega, pela hospitalidade, o carinho do lugar, o jeito de cidade grande, européia, mas carregada de valores locais, raízes indígenas, seringueiras, caboclas.

Tarauacá é valente na ousadia de fazer o Partido Comunista respeitado, grande, forte e enraizado. É aqui que esse partido vem elegendo vereadores, deputado e quase elege um prefeito. Um partido amplo, antenado com o século vinte um, mas fiel depositário dos ideais socialistas, revolucionários.

Tarauacá é terra de mulher bonita, capazes de amar um homem como se amassem mil, mulheres belas, ciumentas, valentes, mulheres de orvalho, de chuva, de temporal, vulcão, mulheres de diamante.

Uma cidade que tem uma floresta que protege o seu coração, com rios e igarapés suntuosos, comoventes, silenciosos, cheia de entes mágicos, animais e borboletas, peixes, lagartas e raízes. Uma floresta, um sonho, uma mulher densa e verde, Caipora, instante mágico de chuva.

Aldeias indígenas, belas donzelas, anciãos, curumins, kaxinawás, katukinas, yawanawás, kampas, kulinas. Cidades de palha, cidades de paxiúba, cidades de milho, de amendoim, cidades de peixe, kupixawa, caiçuma, mariri.

Tarauacá tem os seus males, que doem, que envergonham, que maltratam, males de incompetência, de abuso, de política velha. O que fere a beleza de Tarauacá é a velha política, que desvia dinheiro público, que corrompe, que deixa Tarauacá cheia de lixo, de buracos, de vergonha.

Contra tudo isso dizemos: não desistam, amanhã vossa mesa terá pão; vossos filhos, escola; vossos pés serão adornados por mocassins e vossas mulheres vos aguardarão com um sorriso aberto, ora nos postos de trabalho, ora na porta de vossas casas. Não morram! Apesar de todo o maldito sofrimento, ensinem vossos filhos a sorrir, brigar, resistir. Amanhã, o sol aquecerá vossas utopias!

Tarauacá vai se erguer, Tarauacá vai vencer, se iluminar. Tarauacá tem tempo para ganhar medalhas, vencer jogos e campeonatos. Tarauacá tem honra, tem mistério, tem gente que não se cansa, não se rende, não se vende, não se ajoelha. Tarauacá tem tempo.

Hoje eu só quero falar de Tarauacá, falar das coisas do interior, de suas alegrias e de suas frustrações. Aqui, como uma sonolenta homilia, o tempo custa a passar. O povo perambula pelas ruas em busca de uma mão estendida, um sim fraterno, um altar.

Diferente da capital, aqui os excluídos transitam no mesmo lugar, dividindo a rua com os donos do dia, não se escondem na periferia das grandes cidades, mascarando o fruto da exploração. Aqui, como uma doença da pele, as coisas boas e também as ‘indesejáveis’ chocam a nossa fidalguia e agridem o nosso olhar.

Somos um clã dividido, vivemos na mesma aldeia, mas não partilhamos o suor. Nossa música está longe do que eles chamam de nobre, curtimos o que a elite chama de brega, nos clubes escassos e nas dezenas de bares bebemos cerveja, cachaça e até álcool curativo. Nosso uísque é a caiçuma.

Nossas mulheres são belas como uma madrugada de janeiro, uma tarde de maio, uma manhã de agosto, os homens são românticos, descontrolados, às vezes, possessivos, querendo fazer de sua amada um campo de cultivo medieval. A hospitalidade desconcerta, acolhe, faz da chegada uma bênção e da despedida uma dor.

E se conquistamos outras terras, se vivemos em outras cidades, não perdemos as raízes, continuamos a ser o povo de Tarauacá! Não nos curvamos! Enfrentamos magistrados sujos e oficiais truculentos. Enfrentamos prefeitos corruptos. Enfrentamos proprietários de terra e gente que queria controlar até a alma do povo de Tarauacá.

O que estamos construindo aqui é bem mais sólido que uma administração provisória ou um mandato parlamentar. Estamos construindo um modo de vida, um jeito de caminhar. O passado perdeu e o futuro está florescendo. Já podemos ouvir o seu canto e sentir a sua alegria! Somos o povo de Tarauacá!

Nossa utopia tem lugar, hora marcada para nascer, tarefas históricas a cumprir e símbolos sagrados para cultuar. Nossas mães não esqueceram de gravar nas hélices tortas de nossos genes: sereis como lobos e pardais. Implacáveis como um vulcão e um vendaval e ternos como um beijo do orvalho e um entrelaçar de mãos. Somos o povo de Tarauacá!

* Moisés Diniz é deputado estadual do PCdoB

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tarauacá: Poesia e Paixão



A guerra do medo me faz guardar
A sete chaves, segredos
A arte da poesia me faz acreditar
Sem querer, na heresia
Acho que me tornei pecador
E quem não é, por amor
A liberdade de expressão,
Endureceu, o meu coração
Falar o que a gente quer,
Nem sempre, nos dá razão

Sou cético, poético, eclético,
Politicamente incorreto
Sou personagem de mim.
Prefiro viver assim
Perigosamente apaixonado
Ainda não sei o que é o certo
O tempo é senhor,
É encruzilhada do amor
Armadilha da paixão,
Predador da razão.

Sou de Tarauacá
Um belo lugar
Pra viver e lutar
Compor e cantar
Sorrir, chorar, protestar
Correr, caminhar
Dançar, paquerar, namorar
Noivar, casar
Separar, divorciar
Pagar pensão
Fazer nada
Ou trabalhar

Sou de Tarauacá
Um belo lugar
Pra acordar cedo
Fazer o café
Comprar o pão
Sentir medo
Guardar segredo
Compor um enredo
De utopia ou razão
Ódio e paixão
Ciência ou oração

Tarauacá é um belo lugar
Pra se viver
Acompanhado, sozinho
Emprestar açúcar
Ou fechar a janela
Para o vizinho
Jogar bola
Ir à escola
Ou a feira
Ouvir rádio
Assistir televisão
Comprar mamão
Falar do grande abacaxi
E das mulheres bonitas
Que só tem aqui

Tarauacá é um belo lugar
Pra se viver
Pra ter raiva dos políticos
Que quando chegam
Ao poder
Esquecem do povão
E, só lembram dele
Na próxima eleição
Que vergonha,
A corrupção
O nosso dinheiro
Não chega todo
Em nossas mãos
Essa outra face
Enlameia nossa história
Suja nossa memória


Tarauacá o que comemorar?
Mais um ano se passa
Agora noventa e seis
Praça do bolo
Maquiagem de madame
Céu colorido
Luzes da ilusão
Ópio do povo
Que decepção
O meu sangue
Vermelho e nordestino
Irriga meu coração
Ainda menino
Veias que dilatam
Sonhos a hidratar
Meu desejo de mudar.

Raimundo Accioly


Não há motivo para festas: Eu não sei rir à toa




A violência praticada contra a criança e adolescência têm raízes históricas, econômicas e culturais. Está relacionada com o processo de desenvolvimento civilizatório em cada país, cidade e comunidade. A declaração dos direitos da criança, proclamada pela organização das nações unidas em 1959, enumera uma serie de direitos e liberdades dos quais deve ser beneficiária toda e qualquer criança.


A constituição brasileira estabelece que até 16 anos incompletos, crianças e adolescentes estão proibidos de trabalhar. A única exceção a proibição constitucional é o trabalho na condição de aprendiz. Permitido a partir dos 14 anos, nas atividades que apresentem os requisitos legais para a aprendizagem profissional. Dos 16 aos 18 anos, o adolescente não pode trabalhar em horário noturno, em locais ou serviços considerados perigosos ou insalubres.


O estatuto da criança e do adolescente é claro: governo, sociedade e a família, são responsáveis pela proteção da criança. Apesar de o Brasil ter as leis mais avançadas relativo à proteção da infância e os avanços conquistados, sua concretização em termos práticos, para o enfrentamento do trabalho infantil, se apresenta insuficiente, ou seja, sua efetiva erradicação se apresenta ainda muito distante.


Enxergar a infância e adolescência sob a ótica da proteção integral significa um processo de mudanças de valores culturais. Ainda persistem de forma muito forte, a visão de que o trabalho infantil para os filhos de famílias pobres é necessário para evitar o ócio e a marginalidade. Essa mesma visão conservadora defende também maioridade penal, ou seja, se um adolescente cometer um delito deve responder criminalmente nas mesmas condições de uma pessoa adulta. Uma criança delinqüente pode ser presa na mesma cela de um chefe de uma organização criminosa.


O trabalho infantil é uma das mazelas mais perversas da história da civilização. É uma distorção do sentido maior da infância, com grandes conseqüências nas outras fases do desenvolvimento da formação e da personalidade humana. Ha tempo de plantar, há tempo de cuidar e tempo de colher. Assim é a vida nas suas múltiplas fases, é necessário primeiro educar e preparar para o trabalho.A existência do trabalho infantil é mais cruel e pode até ser mais compreendido na zona rural, onde a realidade impõe maiores dificuldades de acesso do poder publico na implementação de políticas mais eficazes. O trabalho infantil na cidade, do modo que existe em Tarauacá é inaceitável, é omissão, é crime grave contra o futuro das nossas crianças.


Quem anda qualquer hora pelas nossas ruas vai encontrar crianças com caixa de engraxar nas costas perambulando e pedindo comida. Onde estão os pais ou responsáveis? Essa é uma pergunta que o poder publico municipal precisa responder. Se não responde, o ministério publico e a sociedade tem o dever de reagir, acionar o município e fazê-lo cumprir com sua obrigação. Cobrar à aplicação de medidas de proteção a infância, com políticas de educação, saúde, segurança alimentar e a promoção da cidadania infanto-juvenil.


Tarauacá precisa se levantar contra toda essa onda de sucessivos escândalos que nos envergonha e entristece. Analfabetismo, corrupção, fome, violência, crianças mendigando nas ruas, o avanço do trafico e do consumo de drogas, lama e lixo, esgoto á céu aberto.


Diante dos acontecimentos de cada dia, em que só reina as noticias negativas a respeito da nossa cidade, lembrando um pensamento de Bertolt Brecht, há todos os Taraucaenses, vos pedimos com insistência, NÃO DIGAM NUNCA: ISSO NORMAL. Precisamos cuidar do futuro das nossas crianças.


Chagas Batista.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Batista veio a Tarauacá e visitou amigos.



Chagas Batista está em Rio Branco tratando de sua saúde (ele tem alguns problemas hepáticos).

Sempre que pode, ele vem a Tarauacá rever amigos e conversar com o povo. Ele não cansa de agradecer os sete mil tarauacaenses que o queriam prefeito de Tarauacá.

As pessoas gostam de conversar com Batista. Sério, honesto, profundo conhecedor da vida e dos problemas do povo de Tarauacá. Batista sempre transmite esperança para o povo. É um político amigo e guerreiro.

domingo, 19 de abril de 2009

PERPÉTUA ALMEIDA: A Deputada das casas e do esporte


MOISÉS DINIZ: Sede de Justiça


O deputado Moisés Diniz do PC do B esteve na cidade de Tarauacá neste sábado acompanhado da deputada federal Perpétua Almeida do PC do B, para fazer a entrega de um projeto que vai beneficiar 28 famílias com casas populares de uma emenda da deputada Perpétua.
O deputado Moisés, falou que a cidade de Tarauacá vem passando por dificuldade administrativa há mais de quatro anos, mais isso não significa uma derrota e sim uma alerta para a população de Tarauacá. O mesmo está muito preocupado com a situação política deste município. Por que a maioria da população está sofrendo um desgaste econômico social. Por que falta investimento no setor produtivo da zona rural. Como também, investimento de saneamento básico na cidade e em outros setores. Isso nos leva a crê que Tarauacá está indo de água abaixo e só quem sofre e a população de baixa renda.
Por isso, estou muito procurando e vou de forma legal procurar ajudar a população de Tarauacá á encontrar uma saída. Qual é a saída? É fazer uma política social, investindo na educação, saúde e na produção rural. Sabemos que temos dificuldade de conversar com o executivo municipal. Mas, se ele me procurar, estou pronto para ajudar no que for preciso, comentou o deputado.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Camarada Francelina Martins: Lembranças do Festival do Abacaxi.


Concurso Garota Abacaxi


Concurso do maior Abacaxi

Produtor premiado


Culinária a base de abacaxi


Premiação


Cantores da Terra


Príncipe, Josman, Francelina e Jurgleide


Francelina, Pilha e Josman


Publico

terça-feira, 14 de abril de 2009

É preciso desmascarar a direita

por Eron Bezerra*

Nós precisamos denunciar sistematicamente a direita e a sua política neoliberal, cuja conseqüência nefasta aos trabalhadores do mundo e do Brasil em particular estão, hoje, fartamente demonstradas.
Do contrário eles procurarão disseminar a idéia – com a sempre generosa ajuda de sua mídia “chapa branca” - que a crise provocada por eles é responsabilidade da esquerda e que eventuais vantagens comparativas que o Brasil dispõe para enfrentar essa crise foram construídas pelas medidas adotadas por eles.

A direita sempre recorreu à máxima da propaganda nazista: “repita uma mentira mil vezes que ela vira verdade”. E nós precisamos lembrar ao povo quem eles são e o que fizeram contra a nação brasileira.

Política é correlação de forças. Qualquer militante com um mínimo de formação teórica e alguma experiência de “campo” sabe disso e procura orientar sua atuação política tendo presente este pressuposto teórico. Isso não significa abdicar da luta e tampouco se render ao projeto do inimigo de classe, mas tão somente recorrer aos instrumentos apropriados diante de uma situação de ofensiva ou defensiva política.

Assim, na década de noventa, a situação política era profundamente adversa para as forças de esquerda como um todo e especialmente para os revolucionários, na medida em que combinava a derrota da experiência socialista da União Soviética com o ascenso do neoliberalismo preconizado por Friedrich Hayek desde os anos 40.

Diante desse cenário a direita não se fez de rogada. Destruiu a infra-estrutura de estados nacionais e reduziu a quase zero a sua capacidade de investimento, demitiu milhares de servidores públicos e levou outros tantos da iniciativa privada ao mesmo destino, concentrou ainda mais renda em torno de banqueiros, transferiu bilhões de patrimônio público para as suas empresas privadas, eliminou direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores e, por orientação do império americano, tornou obsoleta a capacidade de defesa militar do país. Faziam apologia do “mercado” e debochavam de qualquer papel regulador do estado, a quem taxavam de paquiderme, obsoleto e dinossauro, dentre tantos outros adjetivos menos publicáveis.

Como a natureza e a sociedade se transformam e evoluem permanentemente os refluxos são episódios enquanto o afluxo se constitui na regra. E assim foi. O “reinado” neoliberal esboroou. A tragédia é geral. Mas a direita reage. Não se rende porque tem consciência de seu papel na luta de classes.

Argumenta, por exemplo, que o sistema bancário brasileiro está sólido por conta do Proer – programa de FHC que injetou mais de 20 bilhões de dólares de recursos públicos para socorrer bancos privados falidos – e que isso nos dá vantagens para enfrentar a crise. Quanto cinismo. Os bancos, de fato, não faliram por conta dessa generosa ajuda. Mas o que nos dá vantagem comparativa para enfrentar a crise não é a existência de bancos privados e sim de bancos estatais como BNDES, Brasil e Caixa Econômica, que foram salvos da sanha privatista deles por conta de nossa resistência política e teórica.

Aproveitemos o momento para polemizar com a direita e não permitir que com a ajuda dos meios de comunicação eles invertam a pauta e, principalmente, tentem retornar a política de desmonte do estado nacional.

*Eron Bezerra, Engenheiro Agrônomo, Professor da UFAM, Deputado Estadual Licenciado, Secretário de Agricultura do Estado do Amazonas, Membro do CC do PCdoB.

domingo, 12 de abril de 2009

PERPÉTUA DESTINA UM MILHÃO DE REAIS PARA TARAUACÁ


A Deputada Perpétua Almeida mais uma vez destina recursos para o esporte em Tarauacá. Desta vez a parlamentar destinou uma emenda no valor de um milhão de reais para que o Governo do Estado possa realizar os trabalhos de recuperação, ampliação e melhorias na infra estrutura do Estádio Naborzão. Ampliação e cobertura da arquibancada, nova iluminação, novo sistema de drenagem, construção de novos banheiros e vestiários, novo gramado, construção de uma pista de atletismo, são algumas das melhorias propostas.

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sábado, 11 de abril de 2009

A LUTA CONTRA UMA PALAVRA

Moisés Diniz
A deputada Perpétua Almeida convidou a intelectualidade acreana para discutir a mudança do Acordo Ortográfico, entre os países de língua portuguesa, que determina o gentílico acriano para quem nasce no Acre. À primeira vista pareceu uma luta inglória. Depois se agigantou. Descobrimos que lutar contra a adulteração de nossa memória lingüística, mesmo que seja através da legalidade científica, é uma tarefa de todos os acreanos, independente de cátedra, opção política ou credo. Acho que a luta contra uma palavra é uma guerra mais árdua do que um combate contra um país. Pois, muitas vezes, um país não luta como nação, luta como soldado, como mercenário e sem nenhuma paixão.
A luta contra uma palavra não é uma luta qualquer. É como juntar os anjos na terra e os demônios no céu, pois uma palavra pode destruir uma fortaleza, aniquilar uma nação. Corno! Pedófilo! Ladrão! Dito a muitas vozes já destruiu famílias, cargos públicos, propriedades e biografias. Acriano! Uma palavra é uma serpente de fogo, um vulcão indomável, uma tempestade, um deus do mal. Uma palavra pode mexer com tudo que um homem cultivou, sua história, seus valores, seus afetos. Não brinquem com as palavras. Elas podem ferir muito mais do que uma palmatória de fogo, uma lâmina de sal.
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sexta-feira, 10 de abril de 2009

ENTRE A PF E O TCU


O discurso é forte e a argumentação parece consistente. A tentativa é atingir o coração do nosso governo e da Frente Popular: a ética com os recursos públicos. Dizem: é o MPF que está denunciando, não é a oposição. Parece verdade, mas não é. Quem denunciou foi o ex-deputado José Alex, em 2001, e as obras aqui denunciadas tiveram seus preços auditados pelo TCU e o pleno daquele tribunal acolheu as justificativas, ou seja; o TCU aprovou as obras.
Durante 8 anos a oposição utilizou as auditorias e acórdãos do TCU para atacar o governo da Frente Popular no tocante às obras da BR 364. A principal bandeira era a do superfaturamento nas obras da BR. Durante 8 anos as auditorias e acórdãos do TCU foram considerados cláusula pétrea, norma sagrada. Agora não são mais.
Agora a oposição não está levando em conta o que antes, durante 8 anos, considerou relevante e definitivo, quando o assunto era discutir a legalidade e a transparência nas obras da BR 364. Agora as auditorias e acórdãos do TCU não servem mais.
Pois bem, senhor presidente e senhores deputados, vou repetir: as obras da BR 364 que estão sendo denunciadas pelo MPF tiveram seus preços auditados pelo TCU e o pleno daquele tribunal aceitou as justificativas em questão por meio do Acórdão n.º 2.017/2004.
Qualquer cidadão acreano sabe que, durante 8 anos, o nosso governo sofreu incompreensões sobre os preços de obras na Amazônia. Os técnicos de Brasília não compreendiam como um metro cúbico de brita era comprado por R$ 70,00 e chegava ao pé da obra, no Juruá, por R$ 300,00 As distâncias que percorriam os insumos, com a sua gigantesca logística, e as condições climáticas e geológicas não eram levadas em conta e as obras viviam sendo suspensas.
Agora vamos fazer o mesmo esforço e usar da mesma transparência para que o MPF se cerque de todas as auditorias possíveis e, então, possa perceber que nós construímos estradas com honestidade. E, se há erros, são erros técnicos e passíveis de correção. Nós vamos provar que não há desvio de dinheiro ou superfaturamento nas obras da BR 364. Nós vamos continuar construindo a BR 364, com todas as dificuldades operacionais e com todas as vicissitudes políticas.
A população do Juruá pode confiar que nós não vamos parar essa grande obra. Já passou o tempo das promessas em torno da BR 364. Agora, nós fazemos, nós construímos. E, junto com o asfaltamento, nós vamos entregar as quatro grandes pontes da BR 364. O povo do Acre sabe que estamos falando a verdade.
O povo sabe que, junto a uma incomprensão técnica ou até mesmo o desconhecimento da realidade física do Acre, algumas vozes políticas vão se levantar para falar de ética e tentar passar a idéia de que a corrupção tomou conta de nossas obras. Alguns têm um discurso para cada ocasião.
Veja o que dizia Sérgio Petecão, presidente da Assembléia Legislativa, no final de 2004, quando a estrada de Boca do Acre foi paralisada para fazer adequações exigidas pelo TCU: “Eu tenho uma história de sofrimento nessa estrada. Para que tivéssemos uma ponte sobre o igarapé Bagaço, além do mínimo de trafegabilidade, já tive que acampar, em governos passados, com os meus companheiros, durante mais de uma semana, neste trecho. Ver de perto o que está acontecendo aqui, com o asfalto e com a luz elétrica chegando às casas dos colonos, eu me convenço de que vale à pena lutar tanto na defesa deste governo, o governo da Frente Popular, da qual faz parte o meu partido, o PMN. A oposição age com irresponsabilidade quando acusa que há superfaturamento nessa obra. Parece que eles não vivem no Acre, pois não conhecem as dificuldades logísticas e climáticas daqui”.
Agora veja o que Sérgio Petecão disse ontem: “os recursos públicos destinados à melhoria da qualidade de vida do povo do interior do estado estão sendo desviados por pessoas desonestas”.
O que dizer depois disso? Essa denúncia foi feita por José Alex em 2001, defendida à época por Sérgio Petecão e, agora, Sérgio Petecão diz que são desonestos os mesmos gestores que ele defendeu.
Por isso nós vamos falar com a honestidade que o assunto exige: nós vamos separar a política partidária da obra da BR 364, senão ela pode parar e 20 dias de paralisação prejudica a obra do ano todo. Só quem mora aqui sabe disso.
Um dia de chuva provoca três dias com homens ociosos e máquinas paradas, gerando imensos prejuízos. É preciso fazer aditivo, reajustar custos. Uma peça que quebra tem que chegar de avião, senão atrasa a obra, o preço se eleva. Os políticos do Acre sabem disso. Quem pode não saber são os técnicos de Brasília.
Por isso não dá para aceitar a politicagem que estão fazendo com um parecer técnico que, se Deus quiser, será corrigido, adequado. Nós temos consciência de que as obras questionadas pelo MPF foram realizadas dentro das exigências legais e de que os nossos gestores agiram com honestidade no trato com os recursos públicos.
Temos clareza do que aconteceu e os fatos serão a luz no final da investigação. Acreditamos que, da mesma forma que fez agora, o MPF virá à público recolocar a verdade, após as perícias necessárias e o pronunciamento da Justiça Federal. Nós confiamos na justiça.
A verdade vai prevalecer e as obras da BR 364 vão continuar. O povo do Acre, especialmente do Juruá, não agüenta mais conviver com a politicagem em cima das obras da BR 364. O povo quer essa estrada. E é isso que o nosso governo está fazendo.
assissta o vídeo

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Chaga Batista escreve: ACCIOLY É O CARA

Sem querer imitar Obama e compará-lo a Lula, Accioly é o cara.
Minha manifestação não é motivada apenas pelo que ele representa como professor, jornalista, sindicalista, líder comunitário, ativista cultural, militante político e intelectual, mas fundamentalmente pelo exemplo de cidadão, de homem consciente, livre, contemporâneo, que cultiva os mais elevados valores civilizatórios.

Vai aqui, uma breve observação da sua grandiosa contribuição a Tarauacá e aos que considero,valores mais nobres da espécie humana. Como professor, só ouvi elogios. Seus alunos aprenderam não apenas os conteúdos das matérias ministradas aprenderam também que a função do educador não se resume apenas em reproduzir a versão oficial, vai muito alem do quadro, do giz e de quatro paredes.

Sindicalista, militando no movimento sindical há quase 20 anos, tendo inclusive sofrido perseguição, demissão e pressão jamais se rendeu. Acioly já escreveu seu nome na história do sindicalismo. Combativo, leal, competente política e administrativamente. Honesto e ético no trato com o dinheiro público. Um exemplo de militante social de novo tempo. Os trabalhadores em educação podem falar melhor que eu.

Jornalista, amante da informação como fonte de cidadania e transformação social, valendo se da condição de presidente da associação do seu bairro e líder comunitário, com suas próprias condições, construiu a RADIO FM NOVA ERA, um instrumento de comunicação de da inveja, que transformou as manhãs de Tarauacá mais alegres e movimentadas. Com seu estilo amplo e ao mesmo tempo firme, criou o terminal comunitário, programa de comunicação de maior audiência local.

Não ficou só ai, como líder comunitário, alem de utilizar a comunicação para lutar por pavimentação de suas ruas, saneamento, educação, saúde e justiça, entendeu que a juventude e a comunidade, precisavam de DIVERSÃO E ARTE. Em entendimento com seus amigos de Partido e a Dep. Perpetua Almeida, articulou recursos federais e, como muita dificuldade, está construindo um galpão cultural, um belo espaço publico de lazer e cultura, que será integrado a Radio Nova Era como patrimônio da comunidade. Acioly é polivalente, joga bem em qualquer posição que for escalado, e o mais importante: joga leal e na bola.

Acioly é um quadro político e ideológico da melhor qualidade. Nesse momento que nosso município enfrentar tantos problemas de ordem social, administrativa e moral, devemos referenciar com muito orgulho quem luta e realiza sem perder a dignidade. Aliás, essa semana, ouvi falar que um dos vereadores mais desqualificado do nosso inerte parlamento, incomodado com a verdade, dirigiu vários ataques tentando atingir a honra desse grande Taraucaense. Digo tentando, porque é o Maximo que ele consegue. Todos sabemos como esse parlamentar consegue se eleger e a que interesse serve.

Accioly tem o que mostrar. Competência, honestidade e compromisso social.
É de gente com sua qualidade que as nossas instituições executivas e legislativas carecem.



Chagas Batista Lopes

domingo, 5 de abril de 2009

ARTIGO: ABRAÇO DO TAMANDUÁ

Essa semana que passou, o deputado Moises do PC do B, foi a Tarauacá participar das comemorações do aniversário do partido e antes, decidiu fazer uma varação no caminho para conversar com prefeito Vando Torquato em seu sapequeiro. O objetivo foi nobre. Buscava sensibilizar o insensível prefeito para disponibilizar um terreno no bairro da praia para o governo do estado construir a PRAÇA DA JUVENTUDE, uma obra avaliada em 2 milhões de reais, a maior de toda história do bairro. Maior e mais importante espaço publico de lazer do município. Até ai tudo bem, o problema foi acreditar que depois da conversa, havia sensibilizado a insaciável fera. Não percebeu que estava em cima de um ninho de Tucandeira e abraçado com um Tamanduá

Ao sair da reunião VT mandou seus aliados espalhar por todo canto da cidade que o deputado comunista tinha ido se humilhar no seu gabinete. No blog do Chiquinho, seu assessor de comunicação, mandou postar texto e fotos deprimentes. O texto (muito bem escrito) começa assim. “prefeito recebe líder do governo deputado Moises pela primeira vez em seu gabinete. Segundo Moises que a eleição já passou e agora o governo vai trabalhar em parceria com a prefeitura. Ele acrescentou que quatro ano já se pássaro em PC do B e prefeito Vando só estava trazendo prejuízos para os Taraucaenses, e agora em diante uma nova parceria entre o deputado Moises , o Governo do estado e prefeito Vando serão firmados. Já o prefeito Vando falou que se for para ajudar o povo de Tarauacá ele estar pronto para trabalhar em parceria com o governo”.

O encontro recebeu destaque de todos os sites e jornais Acreanos. A maioria, desqualificando a política, enfatizando o pragmatismo e ridicularizando a iniciativa do parlamentar. No mesmo dia, os mesmos jornais, destacaram que o prefeito convertido estava preste a ser preso por corrupção. A ida do deputado Moises ao encontro de Vando Torquato, que pese sua intenção majestosa, repercutiu negativamente dentro e fora de Tarauacá. Vando Torquato é do tipo que nem um irmão pode confiar. Passou quatro anos inventando mentiras, dizia que o deputado atrapalhava sua administração. Depois de reeleito, ao invés de buscar o diálogo, foi em todos os canais de TVs do acre para fazer insultos e desfiar o deputado Moises para briga.

Contudo, Moises vendo que o interesse de Tarauacá estava acima das agressões sofridas, ligou para a vice- prefeita pedindo que interviesse junto ao prefeito para dialogar sobre a liberação de recursos para Tarauacá. Como não recebeu nenhuma resposta, decidiu ligar para o próprio prefeito, que demonstrando pouco interesse No assunto, apenas disse que depois retornava a ligação e não retornou. Como um experiente político, o deputado Moises sabe que, a maior obsessão de um gestor publico, é abrir portas para viabilizar liberação de recursos e Vando Torquato deu “calado como resposta”, assim, não podia esperar outra coisa senão canalhice.

O PC do B não pode se responsabilizar pela falta de respeito do senhor VT com o povo de Tarauacá. Para ele, dinheiro para sua administração só serve se puder roubar a metade, fora isso é moeda sem valor. Basta lembrar-se da emenda que a Dep. Perpetua Almeida fez para construir o Centro de Juventude no BAIRRO DA PRAIA. O dinheiro foi liberado, mas o governo do estado teve que devolver porque o prefeito não teve interesse. Depois o governo federal liberou mais recursos para município construir outro centro de juventude NO BAIRO IPEPACONHA. Como o recurso foi direto para a conta da prefeitura, o prefeito aceitou, conseguiu o terreno, começou a obra roubou a “sua parte” e deixou paralisada sem conclusão.

A mesma situação aconteceu com os convênios liberados para pavimentar as ruas MANOEL LOURENÇO, JUSTINIANO DE SERPA e outras. Até hoje essas ruas continuam intrafegável sem a execução dos serviços. Recentemente, o governo do estado colocou a disposição do prefeito, um milhão e duzentos mil para a prefeitura realizar obras de melhorias sanitárias para a população de baixa renda. Os recursos não foram liberados porque a prefeitura estava inadimplente em outro convenio. O prefeito recebeu do Governo Federal recursos para fazer banheiros sanitários no BAIRRO NOVO e deixou a obra abandonada sem conclusão, servindo apenas para criadouro e proliferação de mosquitos e doenças.

O PC do B não deve fazer acordo e parceria com corrupto, larápio do dinheiro publico. Deve sim, trabalhar junto a sociedade e as instituições comprometidas com a justiça e a ética. Os interesses do povo de Tarauacá estão dissociados dos interesses de Vando Torquato e sua quadrilha. O PC do B está fazendo sua parte, mobilizando sua força e influencia para viabilizar recursos para o município, quem não faz é a prefeitura, porque o chefe da municipalidade é desonesto e não quer parceria seria. Podemos citar mais um exemplo nesse sentido. Durante a campanha eleitoral o prefeito candidato, fez campanha cadastrando famílias carentes prometendo casas. As famílias benefíciárias são de uma emenda da Deputada PERPETUA ALMEIDA do PC do B no valor de 740 mil reais. A obra já foi licitada e autorizada à ordem de serviço. Ao invés de receber agradecimento, a Deputada só recebe agressões.

O PC do B respeita o povo e o resultado eleitoral, mas, lamenta que Tarauacá hoje tenha sob sua condução administrativa, um prefeito mais sujo que “pau de galinheiro”, que vive diariamente nos interrogatórios policias, ameaçado de ser preso por ladroagem como no recente escândalo da mobília comprada para sua mordomia, com o dinheiro da população. Com se não bastasse tanto insulto a justiça, ainda vem cinicamente dizer que a casa que reside é oficial e todas as suas despesas pessoais, é o sofrido povo de Tarauacá quem paga.

Se fizermos um levantamento dos recursos que Tarauacá perdeu pela incompetência e falta de espírito publico na gestão Vândalo e os que foram desviados para corrupção, vamos chegar uma conclusão assustadora. Vamos ficar todos estarrecidos em saber, como uma cidade com tantos problemas sociais desperdiça tantos recursos. Esse assunto será o tema do próximo artigo.

Uma coisa não podemos negar. Vândo Torquato já entrou para história de Tarauacá. Lamentavelmente como o prefeito mais cínico e corrupto. Resta saber até quando a justiça e o povo vão tolerar. Do PC do B ele não terá sossego para continuar suas delinqüências, comprando, fazendas, móveis de 60.000,00 mil, morando, comendo, fazendo esquemas e dividindo dinheiro público no quintal.
(Chagas Batista - Presidente do PCdoB de Tarauacá)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sempre na defesa dos Trabalhadores Rurais.

Em destaque: Sidenir (blusa vermelha), Juarez Leitão (atual prefeito de Feijó) e Chagas Batista.

Batista e Moisés: Os Primeiros Mandatos em Tarauacá

Arquivo do Partido: Ato público em defesa dos Trabalhadores Rurais

ARTIGO DE UM LEITOR DO BLOG: SERÁ O COMEÇO DO FIM?

Nos últimos anos Tarauacá vive uma espécie de “paralisia administrativa”, o município tem um poder executivo incompetente, inoperante e mal – intencionado, isso é só colocar a “cara” na “janela do município” e constatamos o desprezo que é dado ao povo de Tarauacá. Vivemos uma situação tão delicada em Tarauacá que temos que ouvir coisas que, até então, era considerada como piada de mau gosto. Recentemente estive presente em uma das sessões da câmara de vereadores, e ouvi a seguinte frase: “amigos e colegas parlamentar desse parlamento, eu como vereador da base do prefeito Vando, que fez um maravilhoso trabalho nesses quatro anos que se passou e que agora estamos se preparando para darmos o pontapé inicial nessa nova administração”.
Infelizmente esqueceram de avisá-lo que já estava findando o mês de março de 2009, e que o povo já tinha passado por duas alagações, as ruas e travessas continuam na lama(grande parte), ainda não temos um secretário de educação, os postos de saúde continuam sem medicação básica e a maioria das ruas continuam no escuro.
Tarauacá tem um alto índice de analfabetismo, tem um número alarmante de casos de hepatite, mas a atual administração nada faz para combater esses índices. Mas algo nos diz que está perto a solução para combater esse “parasita” que se instalou no “intestino” de Tarauacá.
Aquele velho provérbio popular (a justiça tarda mas não falha) pode até está certo.
Atualmente o prefeito de Tarauacá está preste a passar por um julgamento (crime eleitoral-compra de votos) no TSE e no ultimo dia trinta do mês de março foi divulgado um pedido de prisão preventiva de Vando Torquato (acusação de ter comprado moves para sua casa com dinheiro público no valor de R$ 60.000,00).
Será o começo ou será o fim?
Ou será o começo do FIM?????????????